Crônicas do Busão: Barulho, barulho, barulho...

Se você tivesse que sair da rotina e acordar às 4h da madrugada para viajar, o que você faria assim que se sentasse no banco do ônibus? Se você disser “dormir”, é um dos meus!

É o que sempre tento fazer assim que entro no busão: tentar dormir, tirar um cochilo, desligar a mente. Mas não é uma missão fácil. Aliás, ultimamente, acho quase impossível e estou tentando desencanar. Se conseguir cochilar, bem; se não, o jeito será repor o sono à noite, indo dormir mais cedo.

Numa quinta-feira, estava dentro do ônibus, fazendo minhas orações para ter uma boa e tranquila viagem (o que é muito importante para quem vive na estrada), quando o ônibus começa a se movimentar. Já tinha me acomodado para tentar tirar um cochilo quando começo a ouvir um barulhinho insistente e constante: era a porta, que separa a cabine do motorista do restante do ônibus, batendo sem cessar.

Não! Não podia ser! Aquilo iria me acompanhar a viagem toda? Não estava acreditando na minha sorte. Justo hoje que o ônibus estava vazio e não tinha ninguém falando no celular, nem conversando, nem ouvindo música, nem nada?

E aquela sinfonia infernal foi entrando na minha mente, chicoteando meus pensamentos, nem formar uma ideia clara eu conseguia mais. Quando o ônibus parava para pegar algum passageiro ou no semáforo, era um alívio. Mas logo o tormento voltava. E não havia nada que eu podia fazer, a não ser tapar as orelhas. Mesmo assim, o barulho ultrapassava a barreira e atingia meus tímpanos. Achei que iria enlouquecer e não escaparia da camisa de forças...

Resumindo, o som estridente me acompanhou a viagem toda, das 5h às 6h da matina. E para que ninguém duvidasse de mim, gravei o som. Sim, eu saquei o celular e gravei o ruído para que ninguém achasse que estava exagerando. Pena que não consegui postá-lo aqui para você me dar razão... Mas é só pedir que eu coloco o sonzinho "agradável" para você escutar pessoalmente.