Não para de chover! A semana toda foi só água! Parece até que estourou um cano no céu e São Pedro não está dando conta de arrumar. Todos já estão preocupados com a possibilidade de um final de semana prolongado de chuva e mais chuva.
Enquanto o final de semana não chega, lá fui eu trabalhar. Com tanta água despencando, tive que pedir ao meu marido para que me levasse até a rodoviária para pegar o ônibus das 5 horas da madruga. Até aí, tudo certo. Dei minhas aulas normalmente e peguei o ônibus circular para voltar. E a chuva me acompanhando.
Com tempo chuvoso desse jeito, você sempre escuta a mesma frase por onde quer que vá: “eita, tempinho bom para dormir”! E era o que eu queria fazer na viagem de volta para casa. Coloquei minha blusa de frio, acomodei-me no banco duro e frio do ônibus e fechei meus olhos. Quando o ônibus estava deixando Catanduva para trás, eis que ele para e entra um senhor. Mal sabia que meu sossego tinha acabado.
Nos degraus do ônibus, ao lado do motorista, esse senhor de idade foi de Catanduva a Rio Preto conversando com o motorista. Primeiro, tentei ignorar aquela voz rouca, mas não teve jeito. A conversa, que praticamente era um monólogo, foi entrando na minha cabeça. Tentava me distrair pensando alguma coisa, mas aquele homem falava muito alto... No fim, perdi o sono e me conformei com aquela ladainha de caminhão, conserto, mecânico, financiamento, etc.
Chegando ao seu destino, o homem se despediu do motorista, agradecendo a conversa e dizendo que qualquer hora eles se encontrão por Catanduva e batem outro papo. Pensei comigo: “coitado do motorista”.
Ao chegar ao terminal rodoviário, fui pegar outro ônibus para chegar até minha casa. Não quis incomodar meu marido e pedir para que me buscasse. Não tinha necessidade. O ônibus estava logo ali e minha casa não é longe.
Fazia muito tempo que não andava de Circular Santa Luzia. Achei que o terminal estaria melhor, mas aquilo não tem jeito de melhorar... Achei até que estava pior. Procurei pelo ônibus com o nome do bairro onde moro. Entrei. Para não ter erro, perguntei a uma moça se aquele ônibus passava por uma avenida próxima a minha casa, já que o motorista não estava no momento. Ela disse: “eu acho que sim”. E eis o erro feito!!!
Confiei nas palavras da moça, mas não dei atenção ao “acho”. Resultado: logo a moça desceu e o ônibus tomou outro rumo! Resolvi perguntar para uma garota o percurso do ônibus, se passava onde precisava descer, e veio a constatação: “esse ônibus não passa nessa avenida, nem perto”! Pronto! Olha a Kelly tendo que voltar para o terminal para pegar o busão certo.
Mas brasileiro tem uma qualidade difícil de encontrar em outros lugares (pelo menos é o que dizem, pois nunca sai do Brasil): a solidariedade. Ouviram minha conversa com a garota e logo apareceram pessoas querendo me ajudar. Uns estavam mais desorientados que eu, outros diziam que realmente ele não pararia perto de onde precisava descer. Mas teve uma velhinha que finalmente me deu uma luz! Disse-me o ponto que era mais próximo de onde queria descer e era um lugar que eu conhecia e que realmente ficava perto de casa.
Enfim, cheguei em casa cansada, uma hora depois de ter chegado em Rio Preto. E, resumindo o dia: não dormi na viagem por causa de um velhinho, mas cheguei em casa graças a uma velhinha!
Bendito sejam os velhinhos que adoram bater um papo!!!
Ahahaha!
ResponderExcluirExperiência tragicômica, hein? Mas o texto é bem humoradíssimo! Esse buzão rende belas crônicas.
Boa sorte com os velhinhos, porque com as velhinhas está tudo bem!
Beijos do
Tino(a)
KKKK rACHEI
ResponderExcluirHudsonnn 6ANO A
Obrigada, pessoal!
ResponderExcluirRealmente, as situações são trágicas, Tino, mas só me resta dar risada! E escrever essas crônicas!
Beijos!