sexta-feira, 25 de junho de 2010

This is it


Fui apaixonada por ele minha adolescência toda. Não sei bem em que momento isso se deu, só pude sentir que já estava rendida. Sua música inebriante me envolvia e levava a viver um sentimento indescritível. Seu charme exótico, sua criatividade e inteligência, seu jeito envolvente de dançar, seu sorriso maroto, seu olhar... Ah, seu olhar era hipnotizante... Era impossível não se deixar envolver por alguém com tantas qualidades e tão enigmático. Acho que está aí o grande responsável por tamanho encantamento; além de talentoso, ele era enigmático.
Minha amiga e vizinha* também caiu em suas garras. Não a culpo. Era impossível resistir a sua voz e ao seu ritmo contagiante. Queria-o só para mim, mas vi que teria que dividi-lo. Então, vi nela uma aliada, e passamos a buscar tudo que dizia respeito ao nosso declarado ídolo.
Assistia a todos os programas que ele estaria presente, buscava todos os discos para gravar ou, se não fosse tão caro, comprar. Todos os quadros em que o via fazia de tudo para tê-lo. Colecionava todas as fotos, artigos, jornais, revistas que encontrava falando dele. Por várias vezes saquei páginas de revistas de consultório médico que traziam seu rosto. Disfarçava para arrancá-las, até pedia a colaboração da minha mãe, a qual não via minha atitude com bons olhos, mas acaba me ajudando. Acho que ela entendia meu coração desesperado por ter tudo que estava relacionado a ele.
Mas o desespero maior foi saber que ele estaria mais perto de mim e não poderia vê-lo. Era nova, não podia viajar sozinha e ninguém iria me acompanhar (um dos motivos era falta de grana). E assim, eu fiquei desolada... Feliz e triste... Vendo-o passar por mim pela tela da televisão e pelas notícias dos jornais. Passou como um furacão, arrasando corações sonhadores com aquele momento. Nem sua timidez fora dos palcos aplacou o tremor.
Com tanto assédio, eis que começaram os boatos na mídia. Eu assumia determinada a posição de sua advogada e o defendia de todas as acusações que vinha me falar. Não acreditava nos boatos e sempre estive ao lado dele. Não importava o que os outros pensavam sobre ele, os julgamentos que faziam, as polêmicas: eu o amava. Ele era uma pessoa preocupada com os problemas do mundo, engajada. Ele me fazia sonhar, me fazia sentir o sangue correndo nas veias, o coração galopar livremente...
O tempo foi passando e a realidade foi me corroendo. Tive que deixar essa paixão platônica de lado para buscar meu caminho. Mas nunca me esqueci dele... Sempre me pegava ouvindo sua música com os olhos cheios de lágrimas, relembrando um tempo tão bom. Ele já não era mais visto com freqüência e isso ajudava a aplacar a paixão.
Após tantas idas e vindas em sua vida e na minha, tropeços e recomeços, me vi envolta em seu magnetismo novamente. Imaginava que estava livre dele, mas minha paixão só estava adormecida. E a esperança de ter outra oportunidade de vê-lo surgiu como a cura de uma doença. Fiquei radiante com a notícia e prometi a minha mesma que faria de tudo para realizar esse sonho. Não mediria esforços para vê-lo deslizar sobre o palco, me embalar com sua canção, contemplar seu sorriso e, principalmente, seu olhar...
Mas a sua estrela se apagou... De repente, definitivamente... Sem aviso, nem explicação. Meu mundo ficou cinza. Estava tão perto de realizar meu sonho. Não acreditava que aquilo estava acontecendo. Perdi meu ídolo e meu sonho...

*Talvez a minha amiga, Nanny Jackson, seja mais apaixonada por ele do que eu... Afinal, ela nunca o abandonou.

Um comentário:

  1. Ai miga, que lindo, estou quase chorando aqui!Que declaração de amor maravilhosa!Já imaginou se ele pudesse ter ficado sabendo o quanto ele significou em nossas vidas.Ele ajudou a moldar o meu caráter!Não tem um dia que eu não passo sem pensar no meu grande amor,MIKE.
    Sua N@nNy J@cKSon

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